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© Lang, F. (realizador). 1927. Metropolis [filme]. Alemanha: Universum Film (UFA).

Manual para enganar o cérebro: o cinema visto a partir da neurologia

by Javier Sanz Aznar

O ser humano está cheio de imperfeições. A nossa evolução biológica baseia-se em melhorar a eficácia das relações com o meio envolvente, mais do que em atingir um sistema orgânico perfeito. Esta evolução desenvolveu um sistema cognitivo que é muito otimizado para resolver confrontos com possíveis ameaças externas e estabelecer relações sociais, mas muito imperfeito ante estímulos que estão fora daquele que consideramos o “mundo real”. Não está preparado para diferenciar naturalmente filmes e realidade. 

A neurocinemática é uma disciplina científica muito recente que analisa o cinema a partir de medições biométricas realizadas no espetador. Procura compreender porque gostamos ou nos entusiasmamos quando vemos um filme e que recursos podemos aplicar para atingir determinado objetivo. Mas, ao mesmo tempo que as descobertas realizadas dentro desta disciplina podem oferecer ferramentas para o artista e seus processos de criação, também podem

ser utilizadas pela indústria na sua exploração. Esta dualidade tem levantado inúmeros debates éticos sobre a finalidade da neurocinemática, suas aplicações e limites.

Javier Sanz Aznar pertence a uma equipa de investigação que funciona entre a Universidade de Barcelona (Espanha) e a Universidade de Alborg (Dinamarca), e que se centra na investigação fílmica a partir da neurocinemática. Neste momento a equipa estuda, em concreto, o corte como articulador do discurso fílmico, posicionando-se num debate mais amplo e complexo sobre a existência ou não de uma linguagem especificamente cinematográfica.

 

Bios   

Javier Sanz Aznar é professor associado de Teoria da Imagem no departamento de Biblioteconomia, Documentação e Comunicação Audiovisual da Universidade de Barcelona. É licenciado em Cinema e Meios Audiovisuais com especialidade em realização (ESCAC) e Engenheiro Técnico em Informática de Sistemas (Universidade de Zaragoza). A sua investigação centra-se na forma como a visualização fílmica é processada pelo cérebro do espetador (neurocinemática) e no estudo do fenómeno fandom desde a perspetiva do capital cultural. É também correalizador do filme Puzlledlove (2011), estreado no festival de San Sebastián, e realizador do documentário Lejos de la orilla (2015), entre outros.

 

Moderadora convidada: Vanja Milena Munjin Paiva (Santiago, Chile, 1989) é crítica, investigadora e programadora de cinema. É socióloga e licenciada em Teoria e Crítica de Cinema pela Pontifícia Universidade Católica do Chile. É programadora no FICValdivia (Festival Internacional de Cine de Valdivia) e no Cineclub Proyección. Escreve regularmente para o El Agente Cine (www.elagentecine.cl) e atualmente frequenta o doutoramento em Estudos Artísticos na Universidade Nova de Lisboa com a bolsa de CONICYT / PFCHA-BECA CHILE (2019), no qual investiga tendências contemporâneas no cinema experimental e de não-ficção de América Latina e Portugal.

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Local: Arquivo Municipal de Lisboa – Videoteca

Data: 30 de janeiro de 2020

Horário: 19h00 – 20h30

*A conversa será em espanhol.

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